O audiovisual brasileiro viu nascer dois filmes com temáticas relativamente parecidas em um curto espeço de tempo: “Partiu América” e “Dois é Demais em Orlando” são duas comédias que contam a história de famílias que viajam para os Estados Unidos, mais precisamente para os parques de Orlando, vivendo por lá situações bastante comuns em filmes do gênero.
Protagonizado por Matheus Ceará, “Partiu América” é um filme produzido para a Netflix e apresenta uma humilde família do interior nordestino. Dono de um singelo parque de diversões que conta apenas com uma montanha-russa de minhoca, Matheus e a família têm o desejo de conhecer a Disney, referência mundial em se tratando de parques de diversão. A novidade do longa, na verdade, acabou sendo a presença de Priscila Fantin em um papel bastante diferente do que conhecemos. Não há muitas surpresas nas situações propostas, desde as piadas, aos perfis dos adolescentes filhos do casal: o menino nerd e a menina influencer. As situações que trazem algum tipo de humor genuíno partem da atuação de Matheus, que domina com facilidade o longa.
Já “Dois Demais é Demais em Orlando” foi lançado nos cinemas e trouxe Eduardo Sterblicht como protagonista. O personagem também tem o sonho visitar os parques de Orlando, mas seus motivos são bem menos nobres ou contextualizados que os do primeiro filme: o protagonista é simplesmente um adulto infantilizado. O charme do filme acaba por ser a presença do ator mirim Pedro Burgarelli, em segura e divertida interpretação. O dilema trazido sobre sua relação com o pai, dá ao longa uma particularidade mais interessante além de apenas situações cômicas. Aprofunda, sem perder a leveza e a comicidade propostas. Uma pena mais uma vez vermos Polly Marinho fazendo uma coadjuvante sempre no mesmo perfil de personagem. Luana Martau e Anderson di Rizzi também apresentam performances que cumprem bem as suas funções, servindo como ótimos apoios para Eduardo e Pedro, que possuem uma ótima química em cena.
“Partiu América” é um filme interessante para quem acompanha e gosta do trabalho de Matheus Ceará; enquanto “Dois é demais em Orlando” consegue alcançar um humor mais abrangente e menos calcado em tipos, trazendo também uma destacada sensibilidade. Ambos, porém, mergulham fundo em referências norte-americanas, não apenas como cenário, mas também na estética e no roteiro, trazendo poucas novidades ao cenário audiovisual brasileiro.
E você? O que achou de “Partiu América” e “Dois é demais em Orlando”?
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