Mais uma vez dirigida por Charles Moeller e com versões de Cláudio Botelho, o musical “A Noviça Rebelde” retorna aos palcos brasileiros trazendo atualizações e se destacando no circuito.
O elenco segue sendo liderado por Malu Rodrigues, que entrega uma Maria ainda mais completa que a apresentada em 2018. Vale lembrar que a atriz esteve presente em todas as adaptações da peça, interpretando a adolescente Liesl na versão de 2008 e a protagonista Maria nas seguintes. Outra que também esteve em todas as montagens é Larissa Manoela, agora interpretando Liesl. Larissa estreou nos palcos em 2008 vivendo a pequena Gretl. Assim como Malu, Larissa vem se mostrando mais confortável no papel e entregando uma Liesl mais madura (ainda que a personagem, essencialmente, seja a mesma).
Entre as novidades no elenco, dois destaques: Analu Pimenta engrandece a Madre Superiora, que já havia sido interpretada com brilhantismo por Gottsha. O timbre de Analu traz uma espécie de áurea magica para a personagem. Outro destaque é Pierri Baitelli, firme e potente com o seu Capitão Georg Von Trapp – interpretado por Gabriel Braga Nunes em 2018. Impossível ver ver Pierre e Malu fazendo uma parceria e não se lembrar de “O Despertar da Primavera”, peça protagonizada por ambos em 2009 e que os lançou ao estrelato. Pedroca Monteiro e Ingrid Gaigher, pontuais, também trazem um novo frescor ao elenco.
A grande novidade da montagem, porém, está no cenário. Um telão de led ao fundo do palco ajuda a ambientar as cenas, acompanhando o desenrolar da trama. A produção ganha muito o quê cinematográfico trazido pelo telão, ainda mais por se tratar de um musical que é conhecido pelo grande público, predominantemente, através das telas de cinema.
O roteiro, apesar das três horas de duração, ainda segue um pouco corrido no segundo ato. Mas isso não é exatamente um problema da produção brasileira. A abordagem nazista parece superficial e colocada ali apenas para ter ao menos um clímax e um desfecho diferenciado para uma história tão tradicional.
Em entrevista, Charles Moeller declara que chegou ao ápice do que poderia extrair da produção, não tendo o que evoluir a partir dali. Nós concordamos. Não pela capacidade de Moeller, que é, sem dúvidas, extremamente competente em sua direção. Mas porque, realmente, a atual montagem de “A Noviça Rebelde” se torna irretocável no que tange às liberdades possíveis de criação com base na obra original.
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